terça-feira, 23 de outubro de 2007

Velha Infância.

Tratar-se das infâncias dos outros é uma coisa capciosa. Ora ora, da minha mais ainda. Tive uma infância bem ecléctica, pode-se dizer que não experimentei de tudo, mas experimentei o que é ter infância. Pirocóptero, régua pulseira, pega-pega e, meu preferido, esconde-esconde. Lembro sendo perturbada pelas minhas primas mais velhas, e em consequência, perturbava meu primo mais novo. Inventava brincadeiras como por exemplo o bem sucedido entre as crianças o "passatempo", que era uma pista cheio de tarefas que deveriam ser cumpridas no menor período de tempo. Nada de ultrajante como pêra, uva, maçã ou salada mista. Coisa de criança mesmo. Acordar de manhã e colocar no 12, que na época era ao 8, só pra assistir sábado animado. Deixar o vídeo ligado só pra gravar pókemon. Ursinhos gummies. Cocoricó. Castelo -tim-bum.
Ah! DIRETAS JÁ! Quero revanche no Mortal Combat, por que temos que conquistar o chefão. E apanha quem não trouxer os pirulitos de melar no pozinho e o chiclete da Sailor Moon.
Claro que relembrando bem não era aquelas mil maravilhas, afinal era um chororó pedir dinheiro pra comprar as figurinhas pra completar o álbum dos mamonas assassinas, que no final tive que roubar do álbum da minha amiga. Pior ainda pra mom and dad deixar ir sozinha no show das chiquititas. Senta que la vem a história. Abaixem os braços por que a power ranger rosa sou eu. Você é a amarela ou o Billy. E meu namorado é o pernalonga.
Nossa que medo daquela boneca da xuxa de bota preta que arranha as menininhas quando elas dormem, que por acaso ainda está bem guardada, lá no fundo de casa, num armário na garagem. E ai de mim se minha mãe mandar eu ir lá de noite. Lá que eu não brinco de cabra-cega. Só no meu quarto, entre barbies que odeio, e pelúcias que adoro, ainda hoje.
Me pego imaginando como será a infância dos filhos da minha geração, que em vez de ter joelhos arranhados e bambolês serão regados de problemas de vista e de articulação.

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