sábado, 14 de fevereiro de 2009

Pierrette.


A Pierrette foi embora e foi pela Colombina que o Pierrot se apaixonou, e essa menina só quer o amor do Arlequin. É neste e muitos outros carnavais que nos tornamos esses personagens lusitanos. A Pierrette esquecida aprendeu as bocas dos blocos de rua. E ai mamãe como eu quero. Mas é hostilidade os que passam cutucando o céu com os indicadores dancarinos. E os que na esquina bebem os desamores em messas de bar. Lança o perfume da moça que passa. Serpenteia o ar com alegrias, jogando embora os confetes como se fossem tristezas que não será mais carregada. Essa rua de paralelepipedos que suporta os azedume de coraçoes partidos, de olhares não correspondidos e de bebedeiras mil. A maquiagem borrada forjando prantos já chorados. O suor que molha a roupa, os calos no calcanhar, o ombro com o peso da cruz. De passo curto em passo curto se chega lá, no balanço das marchinhas, na sandália gasta, no urro de ansiedade "eu quero, eu quero.". E a Pierrette, ninguém viu pra onde foi.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Paradoxo.

Sou eu ou sou você? Quer dizer...é você? É! É! Sou eu. E posso sentir, o vir, o ir, das ondas do meu barquinho, do barquinho que foi lançado naquele beijo. Agora é. Ou foi. Nem sei mais, nem sei mais dessa dúvida. É carnaval demais pra gente dançar, deixar a onda levar. E esse medo. O meu? Não, o teu, né? Né? Tá, nosso. Já estamos no nosso? Não não, sou eu. Sou só eu.