quinta-feira, 23 de julho de 2009

Soul.


Meu sexo sempre denunciou minha liberdade, confesso-te hoje que agora desejo estar presa. Basta de liberdade. Não estás a pensar na liberdade errada, está? Veja bem, sempre tive medo de me atar à algo que me faça lembrar o estado de se prender à alguém, fugi de um casamento, de um noivado, de um namora, de um fica até mesmo de uma amizade colorida. Freud uma vez me explicou que provavelmente era culpa do meu pai, conheci três de suas raparigas em um jantar que mamãe fez nos domingos de jogo de futebol. A pobrezinha não sabia, mas eu nunca me enganei quando se levava em consideração o fato de que papai é homem. Aliás, era, que Deus o tenha. Nessa época já tinha minha puberdade e alguns garotos para contar vantagem. Driblava suas paixões por mim, negava a vontade de um grande amor, por mais que fosse isso o que eu mais queria. Por anos a fio minha promiscuidade revelava meu medo, aliás, pavor de criar laços eternos. Fui solitária ao extremo, cheguei a me envolve com um, por carência, e ele, louco por mim. Mas as falhas, defeitos e erros me fizeram desaparecer pucos meses depois. Pensei que era lésbica, pensei que era frígida, pensei que talvez eu fosse do tipo que ficaria pra titia morando com seus dez gatos para por fim morrer engasgada com uma macadâmia e ser encontrada um mês depois devorada pelos mascotes e só encontrada por que um menino de nove anos tentou invadir minha casa como traquinagem para provar aos amigos quão corajoso era. Por fim descobri que minha anti-socialidade para com a versão masculina do ser humano se devia ao medo. De ontem em diante resolvi colocar as mãos ao alto, atirem se for atirar, me abracem se for para me amar. Tirei os cadeados e quero tentar amar de verdade, me prender, a alguém, tentarei.

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