sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Inexpressão

Talvez seja aquelas epifanias auroriais, ou então o silêncio da noite que assopra no ouvido, por entre os cachos. Uma montanha se constrói ao lado, roncando, cantando, sonhando. E se enrolando nos lençois abre as portas pro mundo, todo percorrido num relance só. Não feche os olhos, não feche. Não vá, não fique, não morda os dentes. Não se tem mais um não. Por que meu Deus, por que então, a dificuldade de se caminhar caminhos imagináveis que no fundo sabemos que não o são, que em cada porta de casa de cada cidadezinha desconhecida se tem algo inusitado que nos tenta a desviar daquilo. Mas aquilo é necessário, é sonho de criança, é sonho que te acorda á meia noite, mas quando a porta abre é de natureza humana desviar. E já envolvido você se perde, se joga, se distrai, sabe que volta não tem, mas tem algo lá além. O zé avisou. Maria também. Ela mesmo que acorda nessa mesma madrugada pra dá de mamar, coar o café e não desviar.

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