terça-feira, 11 de novembro de 2008

A Original.


Ela é perfeita, assim que se diz. O corpo alinhado, rosto bem estruturado, pernas encaminhadas. Um dedo a menos de minha altura, talvez dedo e meio. Aquele tipo de estranheza, que não se sabe se é bonito ou feio. Ela é uma cachorra, mas me ama até a morte. Me acompanha no azar ou na sorte. Andamos de bar em bar. Procuramos outros amores. Conhecemos diversas realidades nervosas e arranhadas de expectadores que nos apontam o dedo. Talvez sendo a nossa a mais diversa realidade nervos e arranhada. Os arranhados que me contém do braço direito até o lado esquerdo do peito, que ela mesmo causa, que ela mesma cuida, de peito aberto, de peito de fora, amiga do peito, amor no coração que bate de dentro do peito. Personagem perfeita de Allan Poe, com seus cabelos loiros de dia, e negros de noite, de ambas formas emoldurando o maxilar rígido que contorna os lábios de dia finos, de noite pomposos. Nem curto, nem comprido. Homem. Mulher. Criança. Infantil. Ela sou eu, ela sou eu homem.

Nenhum comentário: