terça-feira, 10 de junho de 2008

Mil em um.


Um rebolado ao se sentar à mesa de jantar. Um drink de guaraná entre o indicador e o polegar. O menino reflete sobre suas intenções. A menina reflete no espelho feições que ninguém mais decifra. Assim se começa um roteiro cinematográfico, assim que a vida leva com a barriga seus crepúsculos e auroras. Existem entre as cores desafios maiores, talvez somente problemas que os meninos e meninas querem criar. Naturalmente complicado segundo a natureza humana, tão complexa a ponto de comer um grão e nem questionar a originalidade do ato. As vezes sai da boca pra fora aquelas vogais e consoantes, que se juntam para criar ofensas e histórias de bicho de sete cabeças, sem questionar...sua originalidade...como já dito. Sem dizer meias palavras, entrelinhas, por trás de tudo. Somente dizendo o preto no branco, o literalmente, o que é, é. Sinceramente, dolorosamente. Dolores sempre o dizia. Dolores a menina, de feições mil. Sendo a mais conhecida o torçer do nariz quando toma o chá de hortelã que vovó sempre faz em horas de enfermidade. Teobaldo o menino, que não sabe onde põe as mãos crescidas, que não sabem ser homem nem menino mais. O costume de todos se sentarem à mesa em dia de domingo para comer o frango, o arroz e o feijão de corda já é conhecido. O menino e a menina a mesa. Por debaixo da mesa Teobaldo cria suas intenções, e as feições de Dolores continuam um misterio, um misterioso sorriso ao sentir sua mão esquentada pelas intenções de Teobaldo, o menino.

Nenhum comentário: