segunda-feira, 13 de abril de 2009

Inexata.

Sei que este meu sorriso não estampa minha alma. O mundo esquecido que agora me devora. Tudo anestesiado, agora dolorido, machucado, aberto. Como se independesse dos dias, das semanas, dos meses. Como castigo depois de tantas alegrias. Como que pena por não ter dado direito ao luto. Agora, luto. Me faz paz, me faz terna, me tire o medo que me consome mais que qualquer outro rapaz. Tantos prazeres sem sabor, perdidos no centímetro por centímetro. Insonso de tanta dor, prantos incolor. Escondido ali, camuflado, imperceptível aos olhos do público insensível, agora eu igual a massa, caminhando, combinando, sincronizada e amaldiçoada com o comum. Não se deixe levar, não se deixe amar, não se deixe entediar. Impacto no peito, já cansado e inútil.

E o alvoroço na mente, sem saber se sente, sem saber se não sente. Apropriada e a apropriar, o que é meu, o que será e o que foi, expulsar o que não deveria ali estar, fantasmas no meu quarto que me persegue pela vida. Apaga a solidão. Faz o prato de arroz, e vista o terno. Escova o dente, arruma a cama. Deita-se. Pensa. Dorme e acorda, no meio da noite. Entre tormentos. Entre pensamentos impróprios. Entre a escuridão que me sacode. É você com um clichê. E eu, que já nem sei. Talvez uma sobremesa. Talvez um jantar.

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