quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Velha Infância 2: a sequência e consequência.

Tem que admitir: ser criança é ser feliz. Sou feliz de ainda ter meu lado criança, de ainda assistir os padrinhos mágicos e rir do 'G de guilherrrrrme". Apesar do salto agulha, meia 3/4 e cabelos encaracolados selvagens (como o da Barbara Streisend no 'amor de ontem', com toda a humildade) ainda tenho aquele quê de inocência. Talvez esse seja o lado que ao envelhecermos acabamos que ignorando. O trabalho nós infiltra uma seriedade, o colégio o compromisso, o namoro a maturidade. Cadê você, que hoje foi pro lado de lá, do passado? Não ri de algo simples. Não vê cor nem sentido. A graça tá no tropeço de um estranho, no cabelo ridículo da inimiga, na sujeira no nariz do Oswaldo. E essa graça do adulto sério é tão sem graça. Se me convidam brinco de esconde-esconde. Sem medo de ser feliz, até dar uma dor...nas costas, porque sou nova mas velha.
Dá até pra achar que uma 'velha infância' é até melhor: entende as coisas melhor, não tem que pedir pra ninguém pra ir até a esquina, pode ir fazer a festa de pijama na casa do namorado e pode usar o batom vermelho sem o pai brigar.
Mas deve se prestar atenção entre ser um adulto com espírito de criança e um com espírito de adolescente (que é quase que infantil), há uma fina linha entre um e outro. Percebe-se no humor de gente grande essa aborrecência com um sorriso cínico. É sim. Adolescente é despeitado, é o dono da verdade, quer quer quer. Se esconde dos pais, nem pede permissão, tsc tsc tsc. É tão coisa de jovem esse negocio de querer ser adulto. Ahh, como é triste. Todos aqueles hormônios
infiltrados na idade adulta.

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